sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Primeiro dia na Finlândia!

07h30. Lukonmäki.

Primeiro tenho que vos lembrar que por aí são menos duas horas que por estes lados, ou seja de facto estou a acordar às 05h30, hora portuguesa... Nada que não me tire a vontade de sair da cama, e partir para a cidade. Vai ser o meu primeiro dia por aqui. O que me esperará?

08h00

Sento-me na paragem do autocarro. À partida este virá a passar daí a 5 minutos se for pontual e se eu tiver passado bem o horário para o cartão de sobrevivência! Chove "a potes", mas a temperatura está amena. Penso para mim mesmo... ainda bem que trouxe o casaco impermeável.

08h30. Tampereen Yliopisto
O meu primeiro pequeno almoço por terras finlandesas. Fui o primeiro a chegar ao bar da faculdade, o que me permitiu conversar um pouco com a rapariga que me atendeu, e pedir ajuda no que tinha cada uma daquelas coisas muito diferentes que tinha para escolher. Acabei por não ser muito original. Fiquei-me por um café finlandês, e um bolo normalíssimo. Nada maus ambos. O café era um pouco aguado de mais para o meu gosto... mas soube bem e foi bem reconfortante.
No final do pequeno almoço, altura de levantar a mesa. O local onde se deixa o tabuleiro completamente diferente! És tu que colocas os copos no tabuleiro da máquina dos copos, os pratos nos respectivos tabuleiros, etc. Mas o que achei ainda mais engraçado foi o facto de no fim haver lavatórios para lavares as mãos!
Altura de ir para a aula do curso de finlandês. Fazer os primeiros contactos, ser incorporado numa turma. Pessoas muito simpáticas, querendo-me conhecer, e criar os primeiros laços. O meu inglês muito perro complica um pouco a conversa, mas mesmo assim acho que não me estou a safar muito mal!
A aula começa e logo ao início sinto a falta das aulas que perdi... A professora já mistura no meio da explicação algumas palavras finlandesas... Alguns exercícios, algum vocabulário básico, o início das regras gramaticais. Corre bem. As professoras, dentro de algum rigor que tem de impôr são simpáticas. É verdade. Não me estou a enganar ao falar no plural. São duas professoras! Assim criam-se momentos de diálogo em finlandês, exemplificativos do vocabulário que acabamos de aprender. Interessante método de aprendizagem!
Nas interrupções das aulas aproveito para conversar mais com os meus novos colegas. Por necessidade fisiológica tive de percorrer mais alguns corredores da faculdade.Ao almoço sentamo-nos todos na mesma mesa, e os temas são variados. Vão desde algumas "disputas" sobre hábitos nacionais à conversa normal nestes primeiros dias de "o que estudas?", "porque finlândia?".
As aulas da tarde começam logo de seguida, com algum exercício físico. As aulas da tarde são essencialmente práticas, e o objectivo é rever o vocabulário apreendido. Há melhor forma do que o fazer dançando ao som da música?

15h00. Tampere.

Contínua a chover! Preciso de ir fazer algumas compras... Preciso de comprar alguma coisa para o jantar! Peço ajuda à C. Ela até se desponibliza em ir comigo até às compras. Enquanto espero pelo resto das pessoas que também virão conosco, sou convidado para a festa hoje à noite! Dizem-me mais ao menos o local, e dizem-me que autocarro apanhar. E também a paragem onde é para sair. Após um mini-mercado do lado direito... as indicações são algo vagas, mas devo conseguir vir a descobrir onde é!
A caminho do supermercado tenho tempo para tirar algumas fotos.

Um dos edifícios da faculdade, pelo que percebi é maioritariamente a bibliotecaA rua principal (Hämeenkatu) O canal de ligação entre os lagos
Câmara Municipal
Na praça central (Keskustori)
Um canto da praça central onde se apanha todos os autocarros
A chuva entretanto abranda, mas continuando a chover... Assim consigo não só ir às compras como aproveitar para ir tratar de alguma papelada antes dos serviços fecharem.

21h30

Entretanto já consegui com a ajuda da minha vizinha P. ter net no quarto. Que bom. No fim-de-semana vai dar bastante jeito! Saio de casa preparado para ir à procura do edifício Lapinkari, um outro edídifcio de residência de jovens, onde vai ser a festa. Meto-me no autocarro para o centro, e depois apanho o outro que me tinham dito que ia para lá. Até aqui tudo corre bem. Sento-me junto à janela muito atento ao caminho, e procurando por supermercados. Ao início encontro vários, mas eu sabia que onde queria sair não era tão próximo do centro. Um bocado mais à frente encontro um do meu lado direito, como me tinham dito. Parece que estou bem! Saio na paragem seguinte e tento reconhecer o sítio com o que tinha visto no mapa... Não coincide muito bem. Pergunto... Dizem-me para continuar. E depois de uma passadeira virar à esquerda! Tentam transmitir a ideia que não é assim muito perto... Com esta informação tão meio vaga sigo as indicações. Passo por cima da linha do comboio, e conto as passadeiras. Ao final da segunda tenho uma rua para a esquerda. Mas... Não se parecia em nada com a ideia que tinha da planta... Sigo. Percebo que não é por ali. Volto para trás... Continuo mais um pouco. Cada vez começa a chover mais... E eu sem conseguir descobrir e orientar-me. Não estou 100% perdido porque sei o caminho de regresso... Mas não sei onde estou! Tento perguntar... mas apesar de me responderem de uma forma muito simpática, algumas vezes não falam inglês, outras vezes não se conseguem fazer explicar. Encontro finalmente um mapa da cidade. Pergunto a uma pessoa para me indicar onde estou. Ela aponta-me no mapa. Pergunta para onde quero ir. Não sabe onde fica, ele mora por ali. Não sabe para onde quero ir, e diz-me que não fica por ali. Aconselha-me ir até ao centro para apanhar de novo o autocarro. Chove tanto... Ele acompanha-me até lá. Ia sair para um bar lá perto e tem todo o gosto em me fazer companhia. De volta à praça principal telefono ao grande M. para poder desanuviar os nervos com que estava. Começava a sentir-me ensopado. A chuva não parava. Ao olhar para as tabelas dos autocarros vim a perceber que talvez não viesse a passar nenhum autocarro de volta ao meu quarto aquela noite! Taxi... apanhei um... aventuras já chegavam por aquele dia. Paguei-o a preço de oiro, mas fui super bem acomodado, no banco da frente, com um taxista super simpático e muito conversador. Conversámos o caminho todo. Chegado ao quarto, tempo para ir a um banho bem quente para tentar não me constipar, e vestir agasalhos quentes.

00h30. Lukonmäki.
Amanhã há mais!!

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